quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

EXISTE OBSERVAÇÃO DE AVES NO BRASIL ?

Artigo tirado do site do fotógrafo Octavio Campos Salles.


Já aviso, esse post pode ser um pouco polêmico pra alguns, mas não é uma crítica pessoal a ninguém. É só algo que vinha pensando a um tempo e hoje resolvi postar.

A primeira coisa que penso é: existe mesmo observação de aves no Brasil, no puro sentido da palavra? Até existe, mas sendo bem franco, são poucos os que realmente observam aves. A atividade aqui cresceu muito e ganhou uma nova cara, onde os praticantes, ao invés de utilizarem um binóculo, usam uma máquina fotográfica digital com uma tele-objetiva. Eles não observam, pois é impossível observar algo com qualidade olhando através de uma câmera, a profundidade de campo é muito limitada, o peso da lente, etc – eles registram a cena. Nada contra, cada um o faz da forma que achar melhor, o mais importante é ter mais e mais pessoas apreciando e valorizando, de alguma forma, a natureza preservada. Mas eu particularmente não saio sem os binóculos. Mesmo aquele bandinho dePhylloscartes a 30 metros de altura. Não vou tentar fotografar eles pq não vai sair nada que preste, mas isso não signifique que eu não possa parar pra observar. É muito bom!

O que me preocupa é o forte senso de competição que essa variação da atividade pode trazer em alguns praticantes. Temos hoje uma legião de “registradores de aves” e um excelente site onde grande parte se concentra e mostra os resultados de suas passarinhadas, o Wikiaves. Gostaria de frisar que gosto muito do Wikiaves e participo ativamente, acho que ele foi, de longe, o fator mais importante pra popularização da atividade no Brasil, além de já ser uma importante fonte de informação. Mas hoje lifer não é mais a ave que nunca tinha sido observada, mas sim a ave que nunca tinha sido fotografada.

O ato de simplesmente registrar aves acaba mudando o sentido original do hobby “passarinhar” – ver e identificar aves. Hoje eu tenho certeza que muitos e muitos não tentam identificar uma ave um pouco mais difícil em campo, observando detalhes de sua morfologia, comparando mentalmente com outras espécies possíveis; ouvindo e aprendendo as diferenças sutis de cantos e chamados; reparando em que micro habitat a ave está e como ela se comporta – todos fatores fundamentais na identificação de espécies mais difíceis. Não, eles simplesmente fazem uma foto da ave e depois, no ambiente sintético do computador, tentam identificar comparando com as figuras no livro ou fotos no Wikiaves. Alguns nem isso fazem, já mandam a foto como não-identificada pro site e lá outros usuários identificam.

Novamente insisto, não há nada errado nisso no sentido pessoal. Cada um faz o que bem entende. Mas já vi gente perder interesse pelo hobby e acho que isso vai acontecer mais e mais, e quem realmente perde com isso é a natureza. A atividade viveu uma explosão de crescimento e acho que está atingindo o pico. A tendência daqui pra frente é uma queda, infelizmente. E isso ocorre em grande parte porque a atividade, da forma como relato aqui, ficou superficial pra muitos. Não há mais um envolvimento profundo com a natureza ao redor. No começo é viciante, a sensação de registrar uma ave nova, achar aquela espécie que vc só tinha visto no livro e depois mostrar pra todos, é uma verdadeira caçada só que sem munição. Depois com o tempo vai ficando banal, pois tudo que importa é a ave, o lifer, é necessário viajar pra lugares distantes na Amazônia pra conseguir novamente aquela sensação de “um lifer a cada 15 metros”. Mas e aí, e depois? Quando guio vejo isso constantamente… “ah esse não tenho interesse, já tenho foto”. Dessa forma o interesse pela atividade acaba se perdendo.

Pense nisso a próxima vez que sair pra observar aves – observe as aves! Compre um bom binóculo* e veja como o hobby ganha outro sentido, muito mais profundo. Esqueça a competição, faça as fotografias pra vc, não importa se é um tico-tico ou uma cotinga rara, mas faça pensando no sentido fotográfico mesmo, e não no simples registro. Estude as espécies antes de ir a campo, observe tudo ao redor, a forma como a ave forrageia, como ela age com outras espécies (aves ou não), os tipos de comportamento ao caçar ou cantar, as pequenas diferenças de subespécies, os movimentos migratórios, as diferenças comportamentais durante o ano, aprecie o canto distante de uma pomba-amargosa, o ambiente ao redor – enfim, aprenda a aprender observando. Você vai se tornar um passarinheiro melhor e o interesse pelo hobby não vai diminuir nunca pois nunca faltarão coisas novas pra aprender, pra descobrir. É só uma sugestão pro ano novo…

* Existem binóculos pra todos os bolsos e gostos. Bons binóculos no quesito custo-benefício são os Nikon Monarch, recomendo. São relativamente baratos e de ótima qualidade.


POR OCTAVIOSALLES, EM 27 DE DEZEMBRO DE 2011.

Para comentar sobre este artigo no blog do Octavio Campos Salles clique no link abaixo

http://octaviosalles.com.br/blog/?p=1896


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Ariramba-de-cauda-ruiva (Galbula ruficauda)

A espécie mais comum no Brasil, vive em capoeiras , áreas campestres, brejos, cerrados e caatingas, Também, ocorre no Pantanal do Mato Grosso em matas de galerias, matas de terra firme e matas secundárias, comumentes nas bordas, nos estratos de baixo e médio. Vive solitários ou em casais o macho alimentando a fêmea durante a corte. O casal escava túneis em barrancos e em cupinzeiros arbóreos ou terrestes até 3cm de altura do solo e choca entre 2 e 4 ovos brancos-amarelados.

                                                        Foto: Leandro Borges

                                                        Foto: Leandro Borges



                                          Foto: Gustavo Garcia


Fonte:- Guia de campo Avis Brasilis - Avifauna Brasileira




segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

CENSO BRASILEIRO DE OBSERVAÇÃO DE AVES



Censo de Observadores de Aves

Bem vindo



Essa é a primeira edição do Censo Brasileiro de Observação de Aves, uma iniciativa aberta que busca levantar dados sobre a atividade no Brasil e assim contribuir com a difusão e estruturação do turismo de observação e fotografia de aves.
Bastam 6 minutos

Para participar é simples, basta responder algumas perguntas e mostrar se / como você pratica a Observação e Fotografia de Aves.
Democrático e aberto

A pesquisa é feita de forma aberta e os dados serão disponíveis na íntegra para todos os participantes ao final do censo - encerramento previsto para 15 de Março de 2012.

Basta clicar no link abaixo.

http://www.surveygizmo.com/s3/746529/08b922ae2ca4

Fonte: Avistur