sexta-feira, 31 de agosto de 2012

BIRDWATCHING NO CERRADO


Birdwatching in the cerrado
Observación de aves en el cerrado
Conhecer o Parque Nacional da Serra da Canastra e seu entorno, no município de Delfinópolis, é uma viagem pitoresca. A começar pela estradinha de terra em Peixoto, subindo uma ladeira íngreme, lembrando em muito os Andes com seus abismos abruptos. Não fica muito distante em altitude da famosa cadeia montanhosa. Com construções isoladas típicas do interior mineiro, algumas até do século XIX, ligadas às antigas fazendas de café. Por esta rota passam exploradores que percorrem a região atrás de diversos tipos de aventuras.
Caracterização do local

No interior dos capões e matas ribeirinhas, quem visita começa a se familiarizar com as riquezas naturais da região. As montanhas com formações íngremes e de diversos formatos completam a beleza local. Ai neste ambiente é que se inicia o Parque Nacional. Um grande e extenso tabuleiro o destaca como uma linha natural que se costura com os atrativos turísticos disponibilizados em seu entorno. A biodiversidade encontrada no parque e na região é especialmente bela. Facilmente podemos observar papagaios, emas, veados, tamanduás e o raro Lobo Guará. Por meio das placas através da trilha principal, visitante é convidado a viajar pelo silencio natural e voar  por seus belos campos sem sair do lugar.
Placas informativas no PARNA

A partir daí o visitante pode escolher a trilha mais leve, que é facilitada por poder fazê-la em seu automóvel ou caminhar até a nascente do Rio São Francisco. Mas, um dos ícones do parque, é chegar até a cachoeira Casca D’Anta. Porém hoje desviamo-nos um pouco desta rota original e descemos a serra rumo a Delfinópolis. Neste caminho podemos percorrer uma trilha que margeia a represa de Furnas, com todo o tempo do mundo para observar aves, espécies migratórias e as típicas de cerrado, chegando até o Rancho que é nosso ponto de apoio para descanso e planejamento da próxima rota. Lá é um local aconchegante e com uma boa infraestrutura. Andando pelo rancho podem-se observar as águas da represa, um lago e uma pequena mata ciliar. Para os mais entusiasmados existe a possibilidade de se praticar a natação (na represa ou em piscina artificial), jogar futebol ou vôlei. Mas desta vez optamos mesmo é caminhar pela mata e pelo cerrado que a cerca, num percurso total de cinco quilômetros.
Alipiopsitta xanthops


Heliactin bilophorus


Porphyrospiza caerulescens


Rhea americana

A região do Parque Nacional da Serra da Canastra integra também as rotas ambientais que reúnem as atividades turísticas, conhecimentos científicos e educação ambiental. O Projeto Urubu Rei, apoiado pelo IEFRA permite a leitura da ocorrência da espécie na região, que somado ao ecossistema, resulta em elevada biodiversidade.
São experiências diferentes que podem atrair públicos tão diversos como crianças, pesquisadores e turistas. Aves de diversas famílias podem ser observadas com um pouco de paciência e alguma técnica.

Birdwatching no cerrado

Birdwatching na mata ciliar

A intenção é observar aves e montar uma lista das aves encontradas. Assim, além de nosso lazer, temos a possibilidade de contribuir com o modo de visitação e de contemplação da beleza natural, trazendo conhecimento, experiência visual e o quão é importante preservar a natureza.


Creditos de Imagens: Leandro Borges, Douglas Fernando e Gustavo Garcia
Fonte: PUB/ ICMBio

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

BIÓLOGOS BUSCAM ESPÉCIES RARAS DE PÁSSARO NAS MATAS DE FRANCA


Seja sozinho ou em turma, carregando uma máquina fotográfica ou apenas um binóculo, eles caminham pela mata fechada olhando sempre para o alto. Estão à procura de pássaros, especialmente espécies raras. São os biólogos do Instituto Ecológico Francaves, uma ONG ambiental de Franca. Além de praticar o “birdwatching” (observação de pássaros, em inglês), e de publicar trabalhos científicos em revistas da área, os biólogos “cultivam” três projetos, que estão parados por falta de recursos. Eles ministram também curso para os interessados em aprender técnicas de observação de aves.

Segundo o vice-presidente do Instituto Francaves, Gustavo Garcia Silva, uma das técnicas de observação consiste em tocar um play back do canto do pássaro que se quer observar para atraí-lo. “É uma técnica bem usada, mas às vezes pode atrair o pássaro um pouco mais agitado do que o normal por ele sentir seu território ameaçado por um rival.”

Para se observar um pássaro ao ar livre não é necessário muita coisa. Basta um binóculo, uma câmera fotográfica, vontade e paciência. Mas esse grupo que se conheceu ainda na faculdade levou essa história mais a sério. O Instituto possui dez integrantes - sendo oito biólogos - que, além de observar os pássaros na mata urbana, fotografam as espécies e catalogam para um futuro guia de aves da região que aguarda verba.

Outro projeto da ONG parado leva o nome de Ilhas da Biodiversidade, uma espécie de diagnóstico ambiental e levantamento da fauna silvestre nos fragmentos de mata da área urbana do município.

Segundo Gustavo, o terceiro projeto do Instituto consiste em montar um observatório fixo para atender ao público em atividades guiadas de “birdwatching” e educação ambiental. “Franca é um ótimo lugar para se observar aves, por isso achamos necessário um observatório que poderia ser colocado no Parque ‘Fernando Costa’, por exemplo.”

De acordo com a bióloga Kelly Torralvo, a principal descoberta do grupo foi um ninho de urubu-rei (Sarcoramphus papa) na Serra do Peixoto, no município de Capetinga-MG, distante 45 km de Franca. “Por ser uma espécie rara no perímetro urbano da região, esse trabalho rendeu publicação científica na revista Atualidades Ornitológicas, em 2011.”

O grupo também foi responsável por verificar nas matas de Franca uma espécie rara de ave no Brasil. É a papa-lagarta-de-asa-vermelha (Coccyzus americanus), que só foi observada em outros dois lugares do país. Ela vive mais na América do Norte, mas é uma ave migratória. Outras espécies raras já observadas na região são o tangará-dançarino (Chiroxiphia caudata), a águia-chilena (Geranoaetus melanoleucus) e o papagaio-galego (Alipiopsitta xanthops).

Entre as espécies mais comuns na região estão a siriema (Cariama cristata), a jandaia-de-testa-vermelha (Aratinga auricapillus), o periquitão-maracanã (Aratinga leucophthalma) e o sanhaçu-cinzento (Tangara sayaca).

Por vezes, o grupo costuma também fazer observação de pássaros à noite com auxílio de uma lanterna. Essa atividade visa encontrar aves de hábitos noturnos, como corujas.


CURSO
O curso de “birdwatching” tem duração de dois dias e é dividido em uma aula teórica e outra prática. Os biólogos do Instituto Francaves ensinam desde a manipular um binóculo, anotar dados do pássaro até fazer uma boa foto do pássaro. É cobrada apenas uma taxa simbólica para a confecção do certificado.

Pioneiros nestas iniciativas na região, o Instituto Francaves promove ainda curso de fotografia ambiental e dá palestras de educação ambiental para empresas ou escolas interessadas no tema.
SERVIÇO - O grupo possui um site www.francaves.com.br e um blog iefrancaves.blogspot.com.br. Telefone:  (16) 9195-4819 begin_of_the_skype_highlighting            (16) 9195-4819      end_of_the_skype_highlighting



Os biólogos do Francaves Gustavo Silva e Kelly Torralvo e o estudante de biologia Felipe Baraldi praticam o “birdwatching” em mata próxima ao Franca Shopping

Fonte: Comércio da Franca
Foto: Oliver Moretto

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

INICIATIVA GLOBAL PARA OBSERVAÇÃO DE AVES



A Associação Brasileira de Observadores de Aves e da Iniciativa Global para Observação de Aves gostaria de convidá-los a integrar neste fim de semana o grupo de entidades que estarão a nível mundial promovendo simultaneamente a Observação de Aves em mais de 37 países.

É uma chance única de participar em conjunto com observadores do mundo todo da promoção e divulgação do Birdwatching, nos ajudem a tornar esta iniciativa um grande sucesso também aqui no Brasil. Por favor divulguem a informação para todos os interessados.



Para participar basta realizar qualquer atividade envolvendo a Observação de Aves, sozinho ou em grupos, seja ela em sua janela, em um quintal ou durante uma saída de campo. Tirar uma foto e postá-la no Grupo de Observadores no Facebook (http://www.facebook.com/groups/abroaves/) ou enviá-la para o email (abroaves@gmail.com) com as seguintes informações: Data e Hora, Local, Nº de Observadores, Instituição ... e se for do interesse "comentários".




Os dados e as fotos serão incluídos em um documento maior abrangendo todos os países participantes que deverá em breve estar disponível livremente para todos os interessados, e ajudarão a chamar a atenção da mídia mundial para a atividade.





Aproveito o email para convidar todas as entidades envolvidas com a Observação de Aves a associar-se a Associação Brasileira de Observadores, é gratuito, basta para isso cadastrar a organização em nosso site provisório.




Para maiores informações:-

www.aboaves.org  ou  vonmatter@gmail.com (Sandro Von Matter)






segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O MERCADO DE TURISMO E A OBSERVAÇÃO DE AVES


Apenas alguns anos atrás, era coisa de doido imaginar um mercado para o birding no Brasil. Atividade antiquíssima na Europa e na América do Norte, a observação de aves engatinhava por aqui. Contavam-se nos dedos os hotéis com alguma estrutura e os guias especializados. Apenas para comparação, dados de 2006 do U.S. Fish & Wildlife Service apontavam que o birdwatching gerava uma contribuição de US$ 36 bilhões à economia norte-americana. Aqui, no entanto, tudo parecia mal parado.

Mas apenas parecia. O birding avançou cinquenta anos nos últimos cinco. E as comprovações começam a aparecer. Com números, inclusive. Os primeiros resultados do Censo Brasileiro de Observação de Aves traz resultados surpreendentes. Promovido pela Avistur com o apoio de outras entidades, ele foi dividido em dois: um censo para birders e outro para hotéis/destinos. É neste último que estão as boas surpresas.

Quem esteve na feira Avistar este ano em São Paulo ou no Rio percebeu a grande presença de cidades turísticas divulgando seus locais de birding. O Censo vem confirmar o surgimento dessas estruturas específicas. Foram 500 respostas. Ou seja, 500 estabelecimentos que têm alguma relação com a atividade, um número excelente. Você pode conferir todos os resultados aqui, mas vamos destacar alguns pontos.

Dois terços dos estabelecimentos consultados já receberam observadores de aves. E 25% deles começaram na atividade nos dois últimos anos (2010 e 2011), um crescimento fantástico. Quase metade são pousadas, que associam o birding à hospedagem. E a maioria começou a receber birders depois de convidar pesquisadores/fotógrafos/guias para conhecer o local. Aqui vale um parêntese. Apesar desse número, nem só de ações isoladas vive a divulgação do birding. A Associação de Hotéis Roteiros de Charme organizou este ano entre seus associados uma iniciativa para promover a atividade – deve publicar em breve em seu site uma área só para o birding, com a lista de aves de cada hotel participante.

Conclusão, começamos a ter um mercado de turismo de observação de aves no Brasil. E ele cresce a taxas chinesas. Um turismo sustentável, que exige áreas conservadas – e gera recursos para a conservação. Nada melhor.



Fonte:-http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/blog/brasil-das-aves/o-mercado-de-turismo-e-a-observacao-de-aves